terça-feira, 7 de setembro de 2010


Vindos da Zona LOST, apelido dado para a Zona Leste da cidade de São Paulo, e também de onde vieram as bandas mais garageiras da cena brasileira, Os Haxixins (www.myspace.com/oshaxixins) talvez sejam a mais obscura de todas. Influenciados pelo rock 60's, garage punk e psicodelia, os amigos Sir Uly (bateria) e Fábio (Guitarra) resolveram montar um repertório “Só com o pedal Fuzz e a coragem”, segundo o próprio Sir Uly, depois de terem feito parte da extinta banda “The Merry Pranksters”. O nome “ Os Haxixins” surgiu depois do convite feito para o baixista Daniel e organista Alôpra, inspirados no livro “Clube dos Haxixins”, que relata as experiências de um grupo de fumantes de haxixe fundado em 1845, que reunia artistas como, Charles Baudelaire, Téophile Gautier e Eugene Delacroix. As reuniões, realizadas no Hotel Pimodan, serviam para promover o uso de haxixe, levando seus membros a se deliciarem nas mais fantásticas alucinações e pesadelos, coisas com as quais os atuais Haxixins se identificam.

Além do visual retrô, os caras só tocam com equipamentos antigos, e fazem questão de carregar seus Gianini Tremendões e Phelpas por onde vão. Outro diferencial das apresentações ao vivo é o "light show", projetores de luzes psicodélicas sobre os músicos. Na estrada desde meados de 2003, os caras já tocaram em lugares tão ímpares quanto o Bar do Bal, no extremo sul da Zona Sul, e o Bar do Aranha no coração da Vila Formosa, mas também em bares do circuito de música independente. Depois de quase desistirem de gravar um disco devido a tentativas frustradas de gravar como as bandas dos anos 60 (ou pelo menos se aproximarem do estilo das gravações, sujas e pequenas), em 2007 eles foram apadrinhados pelo Berlin Estúdio e produzidos por um dos donos, Jonas Serodio (The Sellouts, The Drugs, Butcher's Orchestra e The Blackneedles), e conseguiram chegar no resultado tão esperado com o uso de gravador de rolo, amplificadores valvulados e instrumentos de época.

Os Haxixins acabam de assinar com o selo independente português Groovie Records , por onde vão lançar um disco em vinil apresentando algumas das suas composições próprias banhadas em ácido lisérgico. Com letras em português, guitarras fuzz, baixos hipnóticos e órgãos derretidos, os Haxixins proporcionam uma viagem visual ou musical, com ou sem sua droga predileta.